MALÁSIA - Kuala Lumpur e Malacca
- Francisco
- 1 de jun. de 2016
- 7 min de leitura
Kuala Lumpur, foi nosso primeiro destino na Ásia, e por pouco não foi o último. (ué como assim????)
Imagine que você NUNCA teve contato com nada de asiático (na vida real, os programas do Jaspion não contam) e de repente você se vê em uma metrópole onde três povos muito distintos da Ásia tentam viver em harmonia (mulçumanos, hindus e chineses) em um caos de poluição, sujeira e multidões pelas ruas. Pois é....
Depois dessa introdução (bem chocante) vamos falar sobre a cidade em si e já voltaremos aos sustos.
Kuala Lumpur é a capital da Malásia possui 1.768.000 habitantes em uma área de 243 km², é considerada uma cidade “alfa” para a economia mundial. (Quase todas as empresas importantes possuem um escritório por lá) Foi fundada em 1857 por malaios que estavam desbravando a região em busca de minas de estanho, e para ajudar no trabalho a família real malaia incentivou a vinda de imigrantes chineses. Os anos passaram e por conveniência dos sultões que não queriam se incomodar o “controle” da região em 1874 passou a ser dos britânicos e assim ficou até 30 de agosto de 1957 quando no meio da noite uma multidão que clamava pela independência se reuniu na praça central da cidade e durante um blecaute trocou a bandeira do Reino Unido pela nova bandeira da nação independente que estava se formando. Um detalhe a mais para a história é que a multidão estava concentrada justamente sobre um campo de críquete, um dos símbolos de toda a aristocracia britânica, que acabou tornando-se a praça da independência. Após isto a cidade (e toda a Malásia) tornou-se uma das potências emergentes do mundo, principalmente após a inauguração das TORRES PETRONAS, as maiores torres gêmeas do mundo e principal sede da companhia de mesmo nome. Sabe aquela história de que dinheiro atrai dinheiro? É verdade.

Praça da Independencia e ao fundo o Palácio Sultan Abdul Samad
Do aeroporto para a cidade o melhor método é o serviço de ônibus, com 10 Ringit (moeda local com cotação similar ao Real) você chega ao coração de Kuala Lumpur.
Nesse contexto todo desembarcamos em um calor “ensurdecedor”, no lugar mais barato e estrategicamente localizado da cidade, ou seja, CHINATOWN (só melhora).
Sim, antes de termos contato com a cultura malaia, que aparentemente é mais uma mistura das outras culturas ali estabelecidas, tivemos mais contato com a China, ou ao menos com os produtos falsificados que se vende por lá e pelo resto do mundo.
Pode-se dizer que o primeiro ponto turístico que conhecemos de Kuala Lumpur foi a própria Chinatown, mas após a famigerada rua fomos visitar o mercado central da cidade (hoje é possível dizer que o povo asiático tem uma GRANDE predisposição ao comércio, grande parte dos pontos turísticos na Ásia envolvem mercadorias). Lá por sua vez o forte é o artesanato e o comércio de roupas típicas, muito mais turístico diga-se de passagem, lá é possível encontrar desde as calças do Aladdin até Pashminas por 10 R$ (tias não compramos nenhuma, talvez na Índia mesmo...), comidas típicas e lembranças de todos os tipos.
Após fomos a praça da independência, aquela mencionada anteriormente, tomamos um banho dos irrigadores (de propósito) do parque, ficamos deslumbrados com o tamanho da sede oficial do governo e visitamos aquele que deve ser o ponto turístico mais besta e mais divertido de Kuala Lumpur...

É divertido ver os chineses fazendo books inteiros aí!!!
E finalmente fomos visitar aquele que definitivamente colocou Kuala Lumpur no mapa, o complexo KLCC, que envolve além das duas torres Petronas, uma praça, um parque e um shopping center que de tão grande você ganha um mapa para se localizar nele.
Como não havíamos subido a Sky Tower em Auckland e nem a Grand Torre Santiago resolvemos que essa iriamos subir afinal são as maiores torres gêmeas do mundo. (O World trade center era maior porém...) Por conta do grande fluxo de turistas e necessário reservar com antecedência a visita e a nossa ficou para as 5 da tarde, reservamos as 2. Até ai tudo bem afinal tínhamos um shopping gigantesco onde poderíamos ficar ANDANDO (não comprando) um bom tempo, MAS, chegou 5 da tarde e como uma grande pegadinha do destino começou a chuva...
O consolo é que mais uns 30 turistas se deram mal com a gente (só na nossa turma, com certeza haviam outras).

Quando chegamos o tempo estava assim!!!

E lá em cima assim! :p
Outra opção é subir no Sky Bar, um bar (ah é) nas proximidades e que o acesso é grátis, porém as bebidas são caras de chorar, deixamos para ir lá em nossa última noite na cidade e advinha... choveu também...

Vista do Sky bar
Outra parada obrigatória a quem vai a Kuala Lumpur é a “Batu Caves”, uma região com templos hindus em sua forma mais plena, não a versão distorcida encontrada em Bali e já mencionada aqui. Para chegar lá o metro foi nossa opção. Lá está a maior estátua de Murugan do mundo (deus da guerra hindu), que mede 42,7m de altura, (para se ter uma ideia o Cristo Redentor mede 38m) além de inúmeras outras representações religiosas. Mas o que pega mesmo é que um dos templos está DENTRO de uma montanha, e que para chegar lá a subida é realmente para quem tem fé... (e muita atenção com os macacos).

Vista da escadaria de acesso a Batu Caves e a estátua de Murugan
Falando da cidade, Kuala Lumpur poderia ser muito bem uma metrópole brasileira, um transito caótico, muita desigualdade social e poluição, alguns parques muito bonitos, museus dos mais variados tipos, muita atividade noturna, muita mistura de culturas etc. Não é das nossas cidades favoritas para morar, mas valeu muito a pena pois além de tudo que a faz única o choque cultural nos preparou muito bem para o resto da viagem.

Jardim Botânico de KL
Próxima parada Malacca City...
Malacca City, que também pode ser chamada de Bandar Melaka, é uma cidade do estado de Malacca com 277km² de território e população em aproximadamente 485.000 pessoas. Ficou famosa em 2008 quando foi considerada patrimônio mundial pela UNESCO e nesse contexto fomos visitar o lugar...

Praça Holandesa
A parte turística da cidade é relativamente pequena, no centro da cidade você encontrará muitas construções de coloração avermelhada (influência dos holandeses), uma igreja portuguesa em ruinas (foi destruída pelos holandeses), muitos museus dos mais variados temas (navegação (em um barco), islamismo, o museu da independência...) tem uma chinatown no centro da cidade (advinha se não...) com muitos templos, uns shoppings centers interligados (sim, para não passar calor você pega um túnel e vai de um a outro pela sombra).

Museu em forma de barco
A história da região é interessante, ao fugir de um ataque em sua terra natal, o príncipe Parameswara (quem?) encontrou na região um bom lugar para recomeçar seu império, construiu ali um porto e graças a grande habilidade mercantil e militar, com alianças estratégicas, a civilização se expandiu de forma consistente. Até que (sempre tem um problema) os PORTUGUESES em 1511, resolveram conquistar o lugar, simples assim, o imperador decidiu que deveriam invadir o local e tomar o controle do porto e assim o fizeram. Após a conquista construíram igrejas, fortes e ali se estabeleceram. A estratégia genial caiu por terra pois os portugueses não possuíam nenhum aliado comercial ou militar naquela região, o comércio acabou sendo enfraquecido e a coroa portuguesa ganhou inimigos consideráveis.

Porta de Santiago, também conhecida como "A Famosa"
Em 1641, os Holandeses, que já estavam mais sitiados nas ilhas asiáticas, conquistaram Malaca porém apenas com a intenção de eliminar a concorrência, eles já possuíam seus portos em Jacarta. E assim ficou, uma região que poderia ter sido muito próspera e desenvolvida, por conta do dito homem civilizado europeu, virou apenas mais uma cidade histórica onde com certeza o futuro não brilha tão forte quanto o passado.

Mesquita flutuante do estreito de Malacca
Informações uteis (ou não) sobre Kuala Lumpur e Malacca.
1 – O trânsito em KL é tão caótico, que é normal os pedestres darem espaço para as motos passarem pelas calçadas.
2 – Em KL tem uma linha de ônibus grátis (de cor rosa) que passa pelos principais pontos turísticos, porem o transito não ajuda muito.
3 – Sabe as havaianas que você paga R$20,00 e ainda acha caro?? Pois é, achamos uma loja da havaianas em KL e a mais simples custava só R$ 100,00. Soubesse tinha trazido uns pares pra vender!!
4 – No Central Market dá pra virar comida de peixe, mas eles só fazem cócegas!!
5 – O Chico entrou em um vagão exclusivo para mulheres quando estávamos indo para a Batu caves (ele estava vazio e por isso foi escolhido!).
6 – Os ônibus intermunicipais em toda a Malásia são muito baratos e bons em comparação com os do Brasil. E a rodoviária de KL é melhor que muitos aeroportos.
7 – Por outro lado, o litro de leite custa em torno de R$8,00.
8 – As estradas na Malásia são excelentes porém lá há pedágios a cada 20km.
9 – O Assentamento português em Melacca não tem nada, nem perca seu tempo indo até lá!
10 – O fisiculturista “Gan Boon Leong” foi o grande responsável pela reestruturação de Melacca e o crescimento do turismo na região, e por conta disto existem alguns monumentos em sua homenagem.
11 – Em plena era dos motores em Melacca ainda é possível andar em um “trishaw”, uma bicicleta com uma espécie de vagão acoplado. O detalhe é que a grande maioria é temática com temas que vão de Frozen a Ultraman. (Algumas possuem até radio tocando os sucessos do momento \o/)
12 – Caso você não seja acostumado a comidas apimentadas é bom adicionar ao pedido o termo “not spicy, please” até o KFC tem sua versão “porreta” na Malásia, então cuidado.
13 - A língua oficial da Malásia parece uma adaptação meia-boca de outras, lá você verá placas com termos como: Sekolah, Gereja, Motosikal, Teksi, Polis e por ai vai...
14 – E por último dá para dizer que o povo malaio, em geral, é muito educado e receptivo, principalmente em KL, apesar de em muitos momentos parecer que estávamos em uma metrópole brasileira, em nenhum momento nos sentimos a mesma falta de segurança que ocorre no Brasil.

Eles fazem cócegas, muitas cócegas!!

Não deu pra trocar por uma nova :(

Bem vindos ao caos!! Na foto ainda estava calmo! (Petaling Street, KL)

O tio nem era tão grande!

Os trishaws, com destaque para a Hello Kitty :)
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