INDONÉSIA- Bali
- francipenkal
- 14 de mai. de 2016
- 7 min de leitura

“Que p0r*@ é essa”????
Me perdoem o linguajar aparentemente inapropriado, mas ele foi o que nós mais falamos em relação ao que vimos em Bali a ilha mais famosa da Indonésia, e ao lerem este relato será mostrado como realmente a expressão acima foi bem apropriada, e usada.
Partindo do começo.
Bali tem um território de aprox. de 5.700 Km² com uma população de 4.200.000 de pessoas (83,5% de Hindus balineses e ISSO É RELEVANTE). Possui registros da existência de civilizações na região que datam 2000 anos antes de Cristo. Os primeiros contatos com os europeus acontecem em 1520 com os portugueses, depois holandeses se estabelecem na ilha, mas infelizmente nenhuma das aproximações europeias foram no intuito de estabelecer contato. Apenas para a exploração dos vastos recursos naturais, quase sempre contra a vontade do povo local, e os reflexos estão lá até hoje...
A ilha de Bali conforme já dito aqui é o principal destino turístico para quem vai a Indonésia por alguns motivos:
Praias: A ilha de Bali é muito famosa por suas praias consideradas muito boas para nado, surfe, jet-ski, mergulhos e quaisquer outras atividades aquáticas.
Religiosidade: O povo de Bali tem sua própria versão do Hinduismo que é muito bonita para quem é turista por conta dos templos e rituais mas um tanto extrema para os adeptos. (detalhes adiante)
Expressões artísticas: Em Bali se você curte arte em qualquer forma, você irá se encantar, esculturas, danças, pinturas, trabalhos em madeira (alguns bem bizarros) joias estão no repertório da ilha.
Culinária: Para quem entende a culinária de Bali é bem interessante, como na Ásia nós não entendemos nada de comida mas nós queríamos sobreviver, comemos muita comida asiática mas não sabemos se era balinesa ou de fora. PORÉM em Bali é possível encontrar facilmente o famoso KOPI LUWAK um café feito a partir das ...ADVINHEM!!!!!! Das FEZES do gambá LUWAK. “Que p0r*@ é essa”???? (pois é...). E esse é só um dos cafés mais caros do mundo!
Comer, Rezar e Amar: no filme, muito fraquinho por sinal, a protagonista, interpretada por Júlia Roberts, viaja pelo mundo para “Comer, Rezar e Amar” e acaba parando em Bali justamente para a parte do AMAR. Lá ela passeia de bicicleta pelos campos de arroz (e daí? Eu fazia isso em Rodeio) vai para a praia (Gravatá? É nóis [Y]) até que ela encontra um BRASILEIRO MUITO FAKE (é, brasileiro fake é mais complicado...) e vive feliz para sempre. Isso fez o turismo na região bombar mais ainda...
E nós onde entramos nisso tudo?
Simples, vamos conhecer um pouco o lugar.
O aeroporto da ilha de Bali fica na região de Kuta, o pior/melhor destino da ilha, conforme será descrito a seguir e lá foi nossa primeira parada.
Ao chegar lá (as 8:00 da noite) as primeiras palavras ouvidas do povo local não passaram nem perto de um “Welcome”, “Hi” ou um “Hello”, apesar de haver uma multidão no aeroporto, o que nós ouvimos foi...
“TAXI”? (sim, eram todos taxistas)
“No thanks” (essa combinação foi repetida incansáveis vezes)
Chegamos em nosso hostel, passando por umas ruas escuras que se fosse no Brasil não passava nem amarrado, e após os procedimentos legais com a dona do agito fomos dormir.No dia seguinte só de sair de nosso quarto já tivemos nosso primeiro choque de realidade.

“Que p0r*@ é essa”????
Ao menos para nós, é possível dizer que Balí inteira é um templo Bali-Hinduísta com alguns hotéis, restaurantes, shoppings, praias e lojas espalhadas em torno de sí. TODAS as casas possuem estátuas de adoração, altares e muitas e muitas oferendas espalhadas pelo chão. O povo local é extremamente devoto a sua religião, o que os leva à todos os dias colocar uma oferenda no chão da porta de casa para os maus espíritos se acalmarem, e uma nos altares em agradecimento aos bons espíritos, junto com alguns cânticos enquanto são acesos incensos (por conta disso é tudo cheiroso por lá) e espalhadas pétalas de flores todo esse ritual é feito trajado a caráter, com uma espécie de cinturão chamado Sash e uma saia chamada Sarong.
Mas, conforme já dissemos, nós estávamos em Kuta, principal área turística da região, assim sendo havia muito mais coisas para encontrarmos. (Infelizmente)

Andamos mais um pouco e chegamos em uma das praias da região, água morna mas bem suja, vimos depois que até os salva-vidas jogam xepas de cigarro na areia. (Ai não tem como culpar os turistas...). A água tem uma temperatura agradável mas é muito barrenta (fiquei tirando areia das orelhas por 3 dias...). Até que começa uma musiquinha no fundo que vai aumentando, começam a aparecer umas pessoas diferentes carregando uma espécie de altar...

“Que p0r*@ é essa”????
Passando o altar notamos que atrás dele havia uma fotografia de uma senhorinha de idade, já deduzimos: deve ser um velório. Só que ninguém imaginava o que seria feito com a senhorinha, ao baixarem o altar com o caixão (quando baixaram é que vimos que havia um caixão em cima) retiraram a senhorinha, e colocaram ela em uma espécie de CREMATÓRIO A CÉU ABERTO, isso mesmo, CREMARAM A VELHINHA ali na beira da praia...

É isso mesmo que vocês estão pensando
Passado o susto, resolvemos caminhar pelo comércio popular (o clima de praia já era), só para realmente ver o que se vende em Bali e a QUANTO se vende. Após recusarmos “alguns” taxis e “algumas” massagens (parece que todos os homens de Bali são taxistas e as mulheres massagistas).
Mas, sempre tem um mas, os comerciantes de Bali são MUITO INSISTENTES, é sério, se você não quer comprar algo em Bali, NÃO PERGUNTE O PREÇO, lá não existe essa de só para saber. Eles vão te pedir, “quanto você paga”? Ai você diz um valor e começa uma seção interminável do que seria o encontro do “Julius” (também conhecido por “pai do Chris”) com o “Rick” (do Trato Feito). Eles são bem chatos e o preço de venda nunca é o primeiro que eles falam, nem o que está escrito. E lá você acha de tudo MESMO...

“Que p0r*@ é essa”????
Por ser uma ilha voltada quase que exclusivamente ao turismo, o mercado de suvenires é muito forte, e os balineses consideram o dito cujo um importante símbolo de fertilidade. (Ou eles gostam de tirar com a cara dos turistas de alguma forma bem bizarra...).
Como já foi dito, em Kuta a grande maioria dos turistas vão por conta da vida noturna (bagunça mesmo) e isso meio que acabou americanizando o povo de lá de uma maneira bem feia...

Eles acham que os turistas gostam desse tipo de bobagens...
Eles acreditam que todos os turistas tem muito dinheiro e são “vida lokas”, mas isso por que muitos dos que vão para lá são assim mesmo. Ai para eles existem muitas opções para a “vida noturna” que não passamos nem perto. (Nós não íamos em “baladas” no Brasil vamos tentar do outro lado do mundo? Não obrigado)
Ao invés disto fomos conhecer a região de UBUD, que fica no centro da ilha de Bali que se não tem praias, é o “crème de la crème” (olha só como estamos ficando chiques “sô”) quando o assunto é a religiosidade. É importante dizer que, Bali possui um sistema de transporte local que não seja o taxi e bem mais em conta. (Todas as matérias que havíamos lido mencionavam que não haviam outros métodos de transporte além do taxi e do aluguel de veículos).

A floresta sagrada dos macacos é um dos ícones da região, além dos bichanos para lá de sorrateiros, alí encontram-se 3 templos cada qual com sua função específica dentro da crença hindu da região e vejam vocês UM CEMITÉRIO (ué mas as pessoas não são cremadas?), onde as pessoas são enterradas temporariamente para serem cremadas posteriormente em cerimônia que é realizada a cada 5 anos (aháaaa, só não entendemos as regras da parada...).
Lá fica a grande maioria dos templos Hindus, porém para entrar você precisa estar “pilchado” de acordo com as tradições do povo de lá e você tem que ir visita-los na hora certa.
Lá em Ubud foi onde a Júlia Roberts passeou de bicicleta no filme já mencionado. (Mas só por que ela não conhece Rodeio). E falando nos campos de arroz lá encontram-se alguns bem especiais como o “Tegallalang Rice Terraces” que foi plantado seguindo um princípio de irrigação datado do século VIII e que de acordo com a cultura local foi ensinado pelo reverendo “Rsi Markandeya”, dessa forma foi possível utilizar-se do terreno irregular para a plantação do arroz e criou uma paisagem belíssima.

Falando um pouco mais sobre a religiosidade do povo, é importante ressaltar que o Hinduísmo em Bali é MUITO DIFERENTE de qualquer outro, é praticamente outra religião. Eles possuem suas próprias oferendas, representações completamente diferentes para seus deuses, e eles levam essa religião MUITO A SÉRIO, eles acreditam piamente que se a vida não está boa eles precisam aumentar as oferendas para serem agraciados e nesse embalo chegam a fazer dívidas construindo altares e comprando oferendas para serem recompensados posteriormente. Mas alguns dias depois (já bem longe de Bali infelizmente) um guia nos contou que além destes rituais os comerciantes em Bali tratam com um carinho muito especial o primeiro cliente do dia, pois o primeiro tem que dar certo para atrair boa sorte. E que após a venda bem sucedida não é raro o comerciante esfregar o dinheiro recebido no corpo (“Que p0r*@ é essa”????), mais uma vez para atrair boa sorte. (Nessa hora o nosso respeito pela religiosidade do povo de Bali quase desapareceu...)
Bem, é isso, talvez pela forma como tudo foi descrito aqui a ilha aparente ser mais "bizarra" que bonita mas provavelmente isto se deva ao "choque-cultural" que nos acometeu ao chegarmos lá mas Bali é muito bonita SIM, por falta de planejamento, nos faltou conhecer alguns cantos da ilha. Porém é possível dizer que se você não se preocupa com os tais choques-culturais, você poderá conhecer uma das regiões mais icônicas do mundo com um povo muito insistente mas não menos receptivo. Com praias agradáveis, dizem que as menos movimentadas são as melhores, hospedagens e comida para todos os tipos de turistas.
Algumas informações uteis (ou não) sobre Bali:
1 – Em Bali, assim como em toda a Indonésia, a principal companhia de internet é ESTATAL ou seja é regulamentada pelo governo.
2 – Nas rádios de Bali ao invés da “Voz do Brasil” eles possuem a “Hora da Reza” em um dado momento da programação, para tudo e começa a oração.
3 – Motos são o meio de transporte mais popular em Bali, mas esqueça as motos grandes, quem domina as estradas são as gangues das SCOOTERS...
4 – Como a internet é muito regulamentada, serviços como NETFLIX, YOUTUBE e sites de download são bloqueados, o governo alega controlar a violência e a perversão na internet. (Ah tá mas vender pintos de todos os tamanhos e tipos pelas ruas pode...)
5 - Em Bali com R$300 você fica MILIONÁRIO, pois R$3 equivalem a 10000 rúpias da Indonésia. (Sím, nós ficamos milionários, mas só até pagarmos nossa hospedagem...)
6 – Este um posto de gasolina em Bali. (E a gasolina é muito barata por lá)

E você achando que era pinga né, com essa quem fica bebado é o seu carro.
Mais algumas fotos sobre a nossa passagem por Bali.

Chico e seu novo amigo!

Jardim de Lótus.

A arquitetura em Bali, todas as casas parecem templos nesta região

Olha só quanta gente veio se despedir de nós. (SQN)
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