NOVA ZELÂNDIA - Waitomo Glowworm Caves & Hobbiton

Um dia completamente fora da realidade:

Nessa nossa viagem, estamos tentando conhecer um pouco melhor o mundo em que vivemos, o que faz de cada cidade diferente uma da outra, e para falar a verdade já estamos bem surpresos com muitas coisas vimos até o momento.

Mas este dia em específico foge completamente deste conceito, pois os lugares por nós visitados e descritos aqui, são extremamente belos mas não servem como parâmetro para identificar um povo ou região.

Meio estranho? Vamos começar do começo agora:

Neste dia fomos conhecer a caverna “WAITOMO GLOWWORM” e a cidade cenográfica utilizada nos filmes das séries “Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”, conhecida como “HOBBITON”. (Particularmente prefiro o nome original do lugar na série, “The Shire”)

Waitomo Glowworm Cave

A caverna “Waitomo Glowworm” ficam a 200 Km de Auckland e como quase tudo na Nova Zelândia surgiu após inúmeras erupções, terremotos e passagens de água causando erosões, criando um labirinto natural e resultando em alguns detalhes que podem parecer normais para quem é habituado com cavernas, mas para nós (duas pessoas do interior catarinense ou da roça mesmo) eram absolutamente incríveis.

Estalactites e estalagmites são formadas por conta da água que pinga na caverna, algumas criando desenhos bem divertidos.

Interior da caverna

Além disto, na intersecção entre os corredores da caverna a natureza tratou de criar um hall com uma acústica incrível batizado com toda a justiça de “Catedral”, onde todo ano acontece uma apresentação de natal e até os turistas são encorajados a cantar durante o tour. No nosso caso foi cantado o hit “Parabéns pra você”, mas um dos grupos soltou a voz e uma música oriental que nunca ouvimos na vida mostrando que realmente a acústica lá é fod@. (Para variar eram os chineses...)

A "Catedral"

Mas o que torna a caverna famosa no mundo todo e dá nome a ela na verdade são os moradores do lugar. Os “Arachnocampa luminosa” ou como são chamados no local Glow Worms (Algo como minhocas brilhantes em uma tradução bem feia). Por conta de toda a umidade e escuridão da parte inferior da caverna ela se tornou o habitat perfeito para estas criaturas. Transformando uma gruta macabra em um céu estrelado. Vale lembrar que estes insetos não são como os vagalumes que conhecemos, passam a maior parte da sua existência como larvas. Na verdade quando assumem a forma adulta e poderiam voar, os insetos não se alimentam e morrem em alguns dias... (só informando que fotografias são proibidas no lugar portanto todas as fotos aqui exibidas são da internet mesmo).

Cada ponto brilhante é um glowworm

Passeio de barco pela caverna.

Após quase tocarmos as estrelas em pleno meio-dia, fomos visitar a “Terra Média” ou ao menos uma parte dela...

O Condado

“Hobbiton” é o nome utilizado para denominar a cidade cenográfica que representa o “Condado” ou “Shire” nas sagas “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”. Fica localizada na cidade de “Matamata” (sim o nome é esse mesmo) em uma das fazendas da família Alexander que originalmente era criadora de gado. O local foi escolhido pelo Sir. Peter Jackson e sua equipe ao sobrevoarem a região e se depararem com uma enorme arvore solitária cercada por pequenas colinas verdejantes exatamente como descrito nos livros, o curioso é que a família Alexander estava para remover a árvore da fazenda.

Vista da árvore que foi a razão principal da escolha do local.

Após toda a parte burocrática para liberação do terreno, o mesmo passou por algumas alterações e para isso até o EXERCITO da Nova Zelândia deu sua contribuição abrindo as estradas e nivelando parte do terreno muito irregular. Durante o passeio os guias, muito divertidos, vão nos apresentando as curiosidades e detalhes de cada elemento do cenário como por exemplo o porquê de haverem tocas com tamanhos diferentes, (truques de filmagem para os humanos parecerem grandes e os hobbits pequenos) ou a “criação” de uma árvore (fictícia) através da combinação de várias (reais) para representar uma planta descrita nos livros e que aparece em um dos filmes por 3 SEGUNDOS! Ou então a história da arvore que fica no topo da casa/toca da família Bolseiro: a árvore da primeira trilogia (“Senhor dos Anéis”) existia, foi trazida de muito longe em pedaços e remontada, porém perdeu todas as suas folhas naturais e por conta disto, 200 MIL folhas sintéticas de TAIWAN foram importadas e amarradas uma a uma; beleza, ok, tá tranquilo, tá favorável (olha só, tô fora do Brasil mas aprendi essa =] ), mas para as filmagens de “O Hobbit” não só a árvore não existia mais, (eles não pensaram a longo prazo quando filmaram a primeira saga) como teria que ser reproduzida 60 anos mais jovem. (É isso ai, na cronologia da série a história de O Hobbit se passa 60 anos antes) Depois de muito procurar a produção do filme desistiu de encontrar a árvore ideal e resolveu que a melhor forma era FAZER a árvore ideal, e ela foi feita com silicone arame e plástico, as folhas MADE IN TAIWAN foram importadas e amarradas de volta, ai chega o Sir Peter Jackson e diz: “as folhas da arvore 60 anos mais nova tem que ter outro tom de verde será necessário REPINTAR todas elas” (Juro, eu pedia as contas).

A árvore artificial que é repintada a cada 2 anos.

A toca do Bilbo

Enfim, para cada detalhe do cenário tem uma história ou uma loucura do diretor. E ao fim de aproximadamente duas horas de passeio nós fomos levados ao Green Dragon Pub, afinal todo vilarejo tem que ter um bar, e lá cada um de nós ganhou uma das quatro bebidas exclusivas que uma cervejaria local produz para distribuir no set (Muito boas por sinal).

Bebendo uma cerveja da Terra Média

E é isso, como dito lá no começo, este foi um dia de imaginação e deslumbramento, nada do que foi escrito ou mencionado neste post serve como parâmetro para o resto de nossa viagem. Mas nem por essa razão deixou de ser inesquecível, afinal foi o dia em que quase tocamos as estrelas (a tia do barquinho não deixa ficar de pé) e o dia em que passeamos por uma terra de fantasias.

Mais algumas fotos do Hobbiton.